2 de out. de 2009

Só mais meia hora...

Boa tarde a todos!

Hoje quero compartilhar algo interessante... Vou deixar para continuar a “saga” de meu amigo José na próxima semana, se não se importarem...

A respeito daquela conversa sobre zona de conforto, me peguei pensando no assunto outro dia. Foi algo meio natural e simples, mas muito reflexivo. Acho impressionante como nos acomodamos e não fazemos o menor esforço para avançar de nível.

Este momento de reflexão a que me referi aconteceu pela manhã, por volta das 06:00 (quando estava acordando). Meu relógio despertou e, como todo cidadão trabalhador, já pela 5ª feira, beirando o final de semana, me dei ao luxo de ficar mais meia hora debaixo do cobertor, já que a frente fria que atingiu Nova Friburgo não foi embora. Levantei às 06:30, me arrumei, tomei meu café, li rapidamente as edições on-line da CNN, Folha de São Paulo e China Daily e fui trabalhar às 07:15.

A essa hora vi uma cena comum, mas que me chamou a atenção pela atitude de quem vi. Era um homem de mais ou menos 30 anos, correndo feito um louco, no sentido contrário ao meu (obviamente eu o estava observando de longe, antes que ele cruzasse meu caminho). Ao chegar perto de mim ele parou para tomar fôlego e, simpaticamente, eu puxei assunto:

“Já cedo e estamos correndo né?!”

E ele prontamente, meio nervoso, me respondeu:

“É... Fui ficar mais quinze minutos na cama logo hoje!”

Ao que respondi:

“Eu também fiquei mais um pouco... Mas já é quinta-feira, nosso corpo está muito cansado...”

E com esta resposta ele mudou meu dia, eu parei nesta meditação um bom tempo...

“Hoje está entrando um funcionário novo na empresa em que trabalho, sabe como é, um cara cheio de gás porque conseguiu um emprego novo... Se eu der mole ele me passa pra trás! Tenho que correr porque meu patrão vai ver que ele é pontual e eu tenho que chegar antes deles... Bom dia cara...”

Eu parei para pensar e cheguei à seguinte conclusão:

1) Minha cama estava tão quentinha que eu preferi ficar mais meia hora nela...
2) Desci meia hora mais tarde e, conseqüentemente, cheguei meia hora mais tarde no meu compromisso...
3) Não sei se meu cliente está recebendo propostas de concorrentes...
4) Meu Deus! Meia hora pode me custar um cliente!

Parece besteira e algo corriqueiro, mas é verdade. O mercado está aí e não tem pena de ninguém. Não estou dizendo para sermos extremistas, apenas proponho firmar melhor nossos compromissos.

Relembrei que a pontualidade e o comprometimento nos fazem conquistar credibilidade e confiança, não importa onde.

Assim como José (aquele que apresentei a vocês em minha última coluna), estou iniciando meu próprio negócio. Se não tiver um comprometimento grande com meus futuros clientes, meus concorrentes vão me passar para trás e, como dizem coloquialmente, vou tomar uma “pernada”...

Volto a dizer que, sem ser extremista, uma cama quentinha e mais 30 minutos de descanso podem custar caro (aprendi que não vou mais deixar meu celular na função soneca só para ganhar mais 10 minutos)...

Se todos nós recebemos 24 horas quando acordamos todos os dias, porque tantas pessoas não ficam sobrecarregadas?! É simplesmente uma questão de traçarmos prioridades sem culpa de deixar certas coisas para depois. Ficamos tão obcecados para resolver mil coisas ao mesmo tempo porque a competitividade é grande que esquecemos que traçar prioridades é fundamental para a organização das atividades. Aqui cabe outra discussão que gostaria de trazer à tona e sobre a qual refleti neste mesmo momento que relatei até agora: “O EXCESSO DE COMPROMETIMENTO”.

Pro favor, não me entendam mal. Não estou contradizendo o que escrevi acima, apenas complementando meus pontos de vista. Não acho que muito comprometimento seja ruim, mas o excesso certamente se torna prejudicial.

A questão é que, com o ritmo frenético do mundo atual, e um mercado extremamente competitivo, nos tornamos, naturalmente, escravos do trabalho e do tempo. O que defendo, mesmo sabendo que é, em termos, utópico nos tempos de hoje, é o equilíbrio interior. Devemos buscar disciplinadamente nosso sucesso, mas não podemos esquecer, nunca, que somos apenas seres humanos, cada um com seus problemas e sua própria vida, mas ainda assim, seres humanos.

É na complexidade que somos únicos e o equilíbrio, que proponho aqui, não pode deixar de lado os relacionamentos interpessoais. Penso que é na unidade que podemos encontrar a diversidade, e não o contrário. É pela nossa natureza social que podemos alcançar resultados incríveis, ou seja, o trabalho em equipe é a chave para o sucesso, entretanto, não há equipe sem relacionamentos maduros e profissionais.

É exatamente aqui que devemos promover o equilíbrio, pois, na medida em que nos relacionamos de maneira saudável com nosso próximo, é possível alcançar uma qualidade de vida maior, seja no trabalho ou não, e, além disso, estaremos nos ajudando a melhorar o ambiente coletivo.

Tenho total consciência da utopia e da realidade abrigadas pela discussão que trouxe neste momento. Mesmo assim, deixo o debate aberto para colaboração de quem se interessar...

Abçs a todos,

Deus os abençoe!